Dicionário da filosofia


Significado da palavra:

 Filósofo

(latim philosophus, -i)
s. m.
1. Pessoa que é versada em filosofia.
2. Amigo do saber, da ciência.
3. Pessoa que está acima das paixões, dos acidentes da vida.
4. Ânimo forte.
5. Incrédulo, livre-pensador.
6. Pessoa que vive afastada da sociedade e é indiferente às coisas do mundo.
7. [Popular]  Excêntrico.

Absoluto

Com uma abordagem idealista ou materialista, a noção de absoluto é tentada pelas mais diversas correntes do pensamento filosófico, desde os pré-socráticos, com seu princípio monista, até Schopenhauer, com o conceito de vontade cega, passando pela idéia de substância, formulada por Spinoza, e pelo materialismo dialético, próprio da filosofia marxista. Assim o conceito de absoluto e sua relação com a realidade sensível é um dos problemas fundamentais na história da filosofia. Segundo Aristóteles, do ponto de vista metafísico, o absoluto é, "o que existe e subsiste em si e por si", ou seja, o motor imóvel, causa de todas as causas, que, como fundamento último da realidade, não é afetado por suas leis. O absoluto, assim concebido como pura transcendência, não pode ser definido positivamente. Pode-se dizer que o absoluto não tem causas, pois se as tivesse dependeria de outra coisa; não tem forma, pois seria determinado por ela; e que nada existe fora dele, pois nesse caso não seria absoluto. Essa concepção de absoluto se encontra nos fundamentos do pensamento medieval e, mais especificamente, na teologia negativa, que identifica o absoluto com Deus, de quem só se pode saber o que não é e não o que é. Nicolau de Cusa afirma que "o conhecimento da verdade absoluta transcende nosso entendimento finito" e que "Deus se entende incompreensivelmente". A concepção de absoluto como entidade substantiva diferente de Deus aparece no idealismo alemão, como o fundamento último da razão e esta, da realidade. Kant afirma que o fundamento último da razão tem que ser absolutamente incondicionado. Fichte leva a idéia de absoluto ao extremo subjetivismo, identificando-o com o eu universal. Friedrich Schelling entende o absoluto como fundamento universal da realidade, que contém em si mesmo seu princípio espiritual. A unidade entre sujeito e objeto proposta por Schelling é à base da crítica hegeliana a sua concepção de absoluto e para tentar resolver o problema das concepções metafísicas sobre o absoluto em sua relação com o intelecto, concebe a razão humana como uma espécie de outra razão superior, a do espírito absoluto, que se realiza a si mesmo no tempo, mediante um processo dialético, de natureza lógica, que é também histórico. É o próprio espírito absoluto que pensa a si mesmo e faz culminar o processo com a consciência absoluta de si mesmo. Na filosofia moderna, a noção de absoluto confunde-se com a de totalidade e de fundamento do real, seja ela concebida de um ponto de vista idealista ou materialista. A reflexão sobre o absoluto tem constituído a tarefa básica de todas as filosofias, seja para tomá-lo como postulado ou, como acontece na analítica contemporânea, para afirmar a impossibilidade de emitir juízo algum sobre ele.

Abstração

É uma operação intelectual pela qual o espírito separa mentalmente coisas, de fato inseparáveis. Uma das muitas atividades da mente, por meio da qual se faz com que determinadas idéias representem todos os objetos da mesma espécie.

Academia

Escola filosófica fundada por Platão em 387 a.C., nos jardins consagrados ao herói ateniense Academos. Fechada no ano 529 por ordem do imperador romano Justiniano.

Agnosticismo

é aquilo que limita o conhecimento ao âmbito puramente racional e científico, negando esse caráter à especulação metafísica. Filosóficamente é interpretado, em sentido estrito, como um posicionamento diante das questões religiosas que sustenta ser impossível demonstrar tanto a existência quanto a inexistência de Deus. Os pensadores dogmáticos que postulam um caminho místico ou irracional de abordagem do absoluto, mantem a mesma posição do sentido estrito, mas negam que se possa chegar a conhecer alguma coisa a respeito do modo de ser divino. Em essência, ele emanaria de uma fonte racionalista, ou seja, de uma atitude intelectual que considera a razão como o único meio de conhecimento suficiente e o único aplicável, pois só o conhecimento proporcionado pela razão satisfaria as exigências de uma ciência rigorosa. Não nega, nem afirma a possível existência de seres espirituais, transcendentes ou não visíveis, e sim deixa em suspenso o juízo, abstém-se de pronunciar-se sobre sua existência e realidade, atuando de acordo com essa atitude. Nessa ordem de coisas, ainda que admita a possível existência de um ser supremo, ordenador do universo, sustenta que, científica e racionalmente, o homem não pode conhecer nada sobre a existência e a essência de tal ser, pois o agnosticismo circunscreve o conhecimento humano aos fenômenos materiais, e rejeita qualquer tipo de saber que se ocupe de seres espirituais, transcendentes ou não visíveis. Thomas H. Huxley criou o termo "agnosticismo" para ser uma antítese ao "gnóstico" da história da igreja. Uma atitude filosófica que nega a possibilidade de dar solução às questões que não podem ser tratadas de uma perspectiva científica, especialmente as de índole metafísica e religiosa. Essa definição de Huxley possibilitou diferentes concepções do agnosticismo ao longo da história. No âmbito filosófico, o empirismo, de David Hume, negou a possibilidade de se estabelecer leis universais válidas a partir dos conteúdos da experiência. O idealismo transcendental, de Kant, afirmou que o intelecto não pode conhecer a coisa-em-si, isto é, a essência real da coisa. O positivismo lógico, do século passado, estabelece que as proposições metafísicas não têm significado e, por isso, não é possível demonstrá-las. No âmbito religioso, o agnosticismo não nega nem afirma a existência de Deus, mas considera que não se pode chegar a uma demonstração racional dela; essa seria, em essência, a tese de Hume e de Kant, muito embora este considerasse possível demonstrar a existência de Deus como fundamento da moralidade.

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