Frases do filosofo : Melisso de Samos

Frases do filosofo : Melisso de Samos

Frases do filosofo  Melisso de Samos

Palavras de filosofia

Sobre Melisso temos hoje alguns fragmentos do seu livro Sobre a Natureza ou Sobre o Ser. Ele, como Zenão, aprofundou e defendeu as teorias de Parmênides. Melisso escreve de forma clara é dedutivamente rigoroso em seus argumentos. Ele sistematizou e escreveu basicamente sobre as doutrinas e preocupações dos Eleatas, mas também modificou em alguns pontos as teorias destes. Essas correções acabaram tendo um peso notável na história da reflexão sobre o ser. 

Para Melisso o ser deveria ser infinito - Parmênides dizia que o ser devia ser finito. Melisso defende o ser infinito porque ele não pode ter limites nem no tempo nem no espaço. Se o ser fosse finito ele teria que fazer limite com o vazio, o vazio é um não-ser e é impossível que o ser seja limitado pelo não-ser. O ser além de ser infinito é uno porque se fossem dois um deveria fazer limite com o outro e fazer limite significa limitar e o ser não pode ser limitado por outra coisa, mesmo outro ser. O ser não pode ter sido gerado pois se tivesse sido gerado ou se pudesse ter fim o ser seria finito no tempo, o ser seria limitado pelo tempo. O ser não pode ter vindo do nada nem pode acabar no nada, não pode ter início nem fim, ele vai além do tempo, nele o presente o passado e o futuro coincidem. O ser sempre foi é e sempre será.
O ser é também incorpóreo, mas esse incorpóreo não quer dizer que ele seja imaterial, ele tem que ser incorpóreo porque não pode ter uma forma e os corpos têm forma. Se o ser tivesse uma forma ele teria que ser limitado pois a forma tem limites e o ser não pode ter limites. Aqui Melisso novamente modifica a teoria de Parmênides, pois este acreditava que o ser era como uma esfera. O ser de Melisso não pode ter a aparência corpórea de uma esfera porque mesmo a esfera põe limite no ser e o ser é ilimitado. O ser é pleno e qualquer forma de vazio e nada não existem. 

Melisso além de defender a unidade do ser defende também a imobilidade do ser contra a ilusão do mundo sensível que se apresenta como múltiplo e em constante movimento. O conhecimento sensível é falso e a prova disso é que ele demonstra ao mesmo tempo a coisa e a sua modificação mas se as coisas fossem verdadeiras elas não modificariam.

O ser não pode ter forma, não é composto de partes, se apresenta infinito no espaço e no tempo, é sempre idêntico a si mesmo. Os atributos fundamentais do ser são portanto unidade, completude e imobilidade.

A propósito da natureza inalterável do ser ele desenvolveu o argumento do cabelo segundo o qual se o ser fosse modificado em dez mil anos mesmo que de um só cabelo ele teria se autodestruído porque ele teria se tornado um outro na eternidade, mesmo que seja em pequena medida.

Sentenças:
- Se nada é, que coisa podemos dizer disso, como se fosse alguma coisa.
- Sempre foi aquilo que sempre será. Porque se tivesse não sido seria necessário que antes de nascer fosse nada. Mas se era nada, do nada não poderia ter nascido.
- Mas como sempre foi assim se torna necessário que seja sempre infinito em grandeza.  
- Aquilo que teve princípio e fim não é nem eterno nem infinito.

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